quarta-feira, 19 de outubro de 2011

As burocracias do DRM e o amigável Social DRM

Os ebooks vieram para facilitar a leitura em geral. Fáceis de "transportar" e distribuir, os livros digitais vêm cativando cada vez mais novos leitores. Mas o que dizer quando aparecem pedras no caminho? Quando o que era para facilitar termina por criar novos e desnecessários obstáculos?

No Brasil, os formatos de ebooks predominantes são o ePud e o PDF, o que é um ponto positivo, visto que estes formatos são aceitos pela maioria dos dispositivos pertencentes às famílias dos smartphones, tablets e ereaders. Em outras palavras um livro digital obtido em um destes formato pode ser aberto em qualquer um destes dispositivos sem problemas, certo? Sim e não!

Apesar da afirmação acima está perfeitamente correta, a grande maioria das livrarias brasileiras distribuem seus ebooks com o Adobe DRM, o que podemos considerar a pedra no sapato. Com o propósito de combater a pirataria de livros, a DRM combate muito mais a boa experiência do leitor que qualquer outra coisa. Mas a DRM não é eficaz contra a pirataria? Sim e não!

Se você quer combater aquele leitor leigo na área de informática de dá uma cópia do livro que ele gostou para um amigo, a DRM é eficaz. Agora se você quer de fato combater a pirataria (os grandes) a resposta é: nem de longe! Qualquer criança de 12 anos (ou menos) sabe pesquisar no Google e pronto! Lá se vai toda tecnologia anti-pirataria...

Mas se você até agora não percebeu os efeitos colaterais da DRM leia algumas das limitações impostas por esta tecnologia aos leitores de ebooks com DRM:
Posso transferir eBooks que já comprei ou baixei para outro computador? 
Sim, contanto que você tenha baixado o eBook em um computador que tenha sido ativado com seu Adobe ID. 
A utilização do Adobe ID é obrigatória? 
O programa Adobe Digital Editions não obriga você a ativar seu computador com um Adobe ID. Esta opção é a mais recomendada, pois permite que o conteúdo digital seja copiado e lido em outros equipamentos e transferido para até seis computadores e seis aparelhos de leitura (eBook Readers). 
Qual o número máximo de computadores e leitores de eBooks que posso autorizar com um só Adobe ID? 
Você poderá ativar até seis computadores e seis leitores de eBooks. Se chegar neste limite e precisar ativar mais computadores e/ou leitores, entre em contato com o suporte da Adobe para aumentar o número de ativações permitidas. 
Para ler um eBook em um leitor digital preciso ter um Adobe ID? 
Sim, obrigatoriamente você tem de ter um Adobe ID. Seu computador e leitor de eBooks também têm de estar ativados com o mesmo Adobe ID.

Agora já imaginou se você quiser: emprestar seu livro a um amigo? E se você tiver um dispositivo que utilize outro formato de ebook (Ex. o Kindle)? Com o DRM você não poderá converter seu arquivo. Até 6 dispositivos? Vamos lá, eu por exemplo, possuo 1 smartphone, 1 tablet, 2 computadores e 1 ereader, só ai são 5 dispositivos. E os dispositivos de minha esposa? E quem possui filhos? E o computador do escritório?... Há, mais é possível aumentar este número. Bastar entrar em contato com o suporte da Adobe... e tome mais burocracia...

Sim, mas então não vamos combater a pirataria? Não, claro que vamos, infelizmente é necessário. Porém existe uma solução muito mais amigável denomina Social DRM.


Social DRM

O Social DRM nada mais é que a inclusão de uma marca d'água eletrônica contendo alguns dados do comprador em cada ebook vendido. Se um eBook for distribuído ilegalmente, o responsável será identificado pela marca d’água.

Assim, leitores honestos poderão utilizar seus livros como bem intenderem. Inclusive poderão "emprestá-los" a um amigo, converter seus livros para outros formatos livremente, bem como criar uma cópia para toda a família...

Contudo, tomará o cuidado de analisar a quem irá emprestar seus livros (o mesmo fazemos com os livros físicos, não?).

Mas esta solução é realmente aplicável? Sim, a editora Simplíssimo inclusive, já vende alguns livros utilizando o Social DRM: http://www.simplissimo.com.br/store/

2 comentários:

  1. Muito bom o seu blog. Muito boa matéria.

    Faltou comentar mais um detalhe chato sobre o DRM: conversão de formatos de arquivo.

    Eu tinha o Sony ereader que lia formato ePub, hoje tenho o Kindle que nao reconhece o ePub.

    Com o bloqueio DRM não é possivel converter os arquivos e tanto perco toda minha biblioteca em ePub pago como não posso mais comprar ebooks brasileiro que vem em ePub.

    Será que o social DRM permite a conversão? será que a marca d'agua permanece no livro convertido?

    abcs, sucesso para voce!

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  2. Olá Everson,

    Obrigado por sua participação. E sim, o social DRM permita a conversão de formatos livremente.

    Se tem a curiosidade de testar um livro com o Social DRM veja esta matéria: http://www.livrobook.net/2011/11/klivros-editora-de-ebooks-cristaos-com.html

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