sábado, 17 de setembro de 2011

Livro digital: "Bom e Barato"?

Quando eu conheci os livros digitais o primeiro pensamento que tive foi: "Legal, agora os livros ficarão super baratos!". Acredito que esse seja a ideia inicial da maioria dos leitores, quando se deparam com a ideologia do ebook (e-book ou livro digital). Infelizmente, o tempo me provou que eu estava errado. Principalmente aqui do Brasil, as principais editoras vendem as edições digitais por quase, ou o mesmo preço, da versão impressa. Inicialmente podemos achar a situação absurda, visto que, uma vez produzida, uma edição digital, pode ter suas cópias geradas a custo quase zero. Diferente da edição impressa, que precisa ser "fabricada" por uma gráfica, consumindo papel, tinta, etc...


Bom, não é preciso espremer muito o cérebro para entender que o custo praticado por cópia não é muito determinante para o preço final do livro. Acredito que a fatia da editora e do governo (pelos impostos) sejam o maior peso na determinação do valor mínimo praticável para que o autor consiga ganhar algum "dinheirinho" (o pior é que é "inho" mesmo) por cada cópia vendida.

Então, considerando o quesito preço final de um livro, o formato digital não ajuda em nada, certo? Sim e não!

Se você está procurando um livro de um autor famoso, distribuído por uma grande editora, eu diria que a versão digital teria quase o mesmo preço (algumas vezes até mais caro) que a versão impressa. Isto devido as questões que abordamos acima.

Mas se você não se importa com "nomes" e estar apenas procurando algo bom para ler, aí sim os livros digitais podem fazer toda a diferença no preço final do livro. Mas porque? Existem alguns motivos envolvidos, mas aqui quero destacar apenas um: Você alguma vez já tentou produzir e reproduzir um livro por conta própria, digo, sem a ajuda de uma editora? Difícil, né? Pois bem, nem tanto se você estiver produzindo um livro digital.

Em primeiro lugar, um livro digital só gera custos para ser produzido. A reprodução por sua vez não passa de uma cópia de bytes, copia que qualquer computador faz muito bem. Tudo bem, que se falando em Brasil, temos que nos preocupar muito com as cópias piratas. Contudo é possível contar com os serviços de novas editoras como a Simplíssimo, que produzem livros digitais a preços praticáveis para novos autores e já tratam essa questão da pirataria. Em geral, o resultado é um ebook de qualidade que pode ser vendido a preços menores que os "convencionais".

Agora, se você ler em inglês, aí sim os livros digitais farão toda a diferença no preço que você terá que pagar para ler um bom livro.

Estamos vivendo uma possível virada no mercado de livros do mundo. Cada vez mais, estão surgindo novos autores que, com livros produzidos por conta própria, gerando edições medianas ou até pobres, mas de bom conteúdo, estão ganhando muito dinheiro vendendo livros entre U$ 0,99 e U$ 2,99. Como não utilizam uma editora, só precisam repartir o valor de cada cópia vendida com a livraria em que os livros forem disponibilizados. Obviamente, o maior exemplo de uma dessas livrarias é a gigante Amazon, que vem dominando o mercado mundial de ebooks com o seu famoso ereader Kindle. Voltando a abordar o lucro do autor, o segredo aqui é ganhar muito no montante. É ideia é simples: Quantas pessoas que você conhece estariam dispostas a pagar U$ 20,00 por um bom livro? E quantas pagariam U$ 0.99 mesmo mesmo livro? Multiplique a quantidade de pessoas pelo valor do livro e descubra qual dos dois livros retornam mais lucros.

Outro ponto interessante do livro mais barato é que ele se torna popular mais facilmente. Nos dias das redes sociais, mais do que nunca, popularidade significa propaganda. Em outras palavras: Quanto mais um livro vender, maior será a probabilidade de ele vender ainda mais. Claro que estamos considerando um livro bom.

Uma jovem autora que vem conquistando números significativos de exemplares vendidos a baixo custo é Amanda Hocking. Com duas séries publicadas e mais alguns outros livros, totalizando 10 livros, segundo uma matéria pelo New York Times Amanda Hocking já teria arrecadado cerca de U$ 2 milhões, e devido o sucesso como autora individual, teria fechado um acordo milionário com a St. Martin’s pelos direitos de publicação de uma de suas séries.

Conclusão:
O mercado está aí, temos livros bons caros e baratos. Escolha o seu e ajude quanto os livros da próxima geração irá custar. Se o mercado de livros baratos parar de crescer eu pior, regredir, as grandes editoras irão manter o modelo atual de preço exorbitantes por um exemplar de um livro. Mas se o leitor passar a dar mais atenção aos livros de 0,99 a 2,99 (seja lá qual for a moeda), elas terão que se adaptar á nova realidade de alguma forma, e assim existirão muito mais livros bons vendidos ao preço de um cafezinho!

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